sexta-feira, 22 de julho de 2011

Descobrindo a realidade

Penso que quase tudo na vida passa pela experiência da descoberta. Não adianta. O nosso valor não está naquilo que é material e muito menos quando somos ovacionados por um "gol" que fazemos e quando os nossos maiores esforços são recompensados com um grande lucro financeiro ou por um serviço que prestamos à sociedade. A velha e sempre nova máxima que diz "é pelos frutos que se conhece a árvore", nos ajuda a entender o que é, de fato, a descoberta.
Um ideal nunca é o que concretamente se vê na realidade. Mas o ideal é o que, muitas vezes, motiva os passos, condiciona as atitudes a ir em busca do que se quer. A vida, suas idas e vindas, sempre se apresenta com um convite: o convite de ir além, consciente de que o ideal não é o real e o real precisa ser visto na sua totalidade. Quando temos êxito diante dos desafios diários, com certeza, houve uma sucessão de fatos que colaborou com tal fim. Ao contrário, quando não há exito, da mesma forma, houve uma gama de situações que influenciou tal acontecimento. Mas, basicamente, todos nós queremos êxito, idealizamos o mesmo e sofremos quando não acontece. Sofremos também, é fato, até mesmo quando alcançamos o objetivo desejado. Mas, a realidade mostra: todos, sem exceção, os que se frustam e os que se felicitam, querem êxito. Isso justifica que os ideais estão presentes, principalmente o ideal do êxito, e êxito em tudo.
A vida humana, pautada por dias, meses, anos, é perpassada pela inexorabilidade das surpresas. Chamo de surpresa a seguinte realidade: a inutilidade. Olha, dias virão em que não conseguiremos acertar como antes. Dias virão em que, talvez, começaremos a usar óculos, dentadura e adoçante. Talvez, muitos de nós não fará essa experiência, mas farão outras que se agrupam na mesma chave do conceito de inutilidade. O nosso rendimento diminui sem parar, sem trégua. Então, como ficam os ideias de êxito? Eis a saída: descobrir a realidade. Qual realidade? Respondo: o que realmente somos! Quem é casado sabe que o relacionamento não é feito só de sexo, conta conjunta e propriedades. Tem algo a mais que sustenta os cônjuges apesar das prováveis vicissitudes; o Amor! Claro. Quando uma mulher depara-se com a doença de seu esposo, aí a experiência da realidade convida. Diante da inutilidade daquele que sempre trabalhou, sempre lutou em busca de êxito, ela faz a linda experiência de amar, mesmo com seu esposo sem poder fazer quase nada em troca. Na verdade, o que somos na real nunca permite troca. Somos inúteis, mesmo quando somos bons. Quando a inutilidade vem a tona, o amor tem que chegar junto, pois, do contrário, somos tratados como se fossemos coisas. 
Descobrir a realidade é descobrir o que de melhor temos. Criados à imagem e semelhança daquele que É desde sempre, nunca seremos somente o que as meras aparências mostram. Se é pelos frutos que se conhece a árvore, pode-se concluir que quando coisificamos os outros e a nós mesmos, estamos negando a realidade das surpresas que estão na essência do que somos. Os frutos que produzimos nunca são a única forma de mostrar nosso real valor. Mas, sabemos que podemos mudar. A cada dia podemos decidir por outro caminho e assim construir um outro modo de vida. Mas o que é base é a realidade de que somos essencialmente bons e esse desejo de êxito está implícito a nós. Desejamos naturalmente o êxito, pois quem nos criou, nos criou para a felicidade. É isso que queremos, e para Deus, é isso que somos desde sempre.