Neste mundo das muitas possibilidades, quase não se tem tempo para refletir sobre as escolhas que são feitas. As atitudes são apressadas, previsíveis, e quanto menos riscos se correr, melhor. Ou seja, decidir-se na calma pode custar caro. Pode custar uma certa paciência a mais, uma certa demora em saber se aquele caminho é o certo e pode custar ainda mais se a conclusão a que se chega mostrar que nenhum caminho serve. Ficar parado, ninguém quer. O ser humano hodierno vive num frenesi absoluto, ao sabor da fácil substituição de coisas e pessoas, pois parece que estar envolvido nesta chamada correria é o que o distingue dos outros seres, isso é o que tem mostrado alguns letreiros, algumas propagandas, vitrines...
A hipótese da perda assusta. Por isso, as atitudes têm que estar de acordo com a maioria, o império do famoso senso comum, segurança dos que ainda não criticam a si mesmo e a realidade que os cercam. Neste mundo (o mundo que é ilustrado e não o que existe de fato) o medo não pode existir. O medo é soterrado, esquecido, ignorado. Não se pode tê-lo, senti-lo, querê-lo, sobretudo no que diz respeito à produção. O ser humano não pode ser incapaz de dar conta de suas responsabilidades. O medo de talvez não conseguir não é bem vindo, é trágico.
A hipótese da perda assusta. Por isso, as atitudes têm que estar de acordo com a maioria, o império do famoso senso comum, segurança dos que ainda não criticam a si mesmo e a realidade que os cercam. Neste mundo (o mundo que é ilustrado e não o que existe de fato) o medo não pode existir. O medo é soterrado, esquecido, ignorado. Não se pode tê-lo, senti-lo, querê-lo, sobretudo no que diz respeito à produção. O ser humano não pode ser incapaz de dar conta de suas responsabilidades. O medo de talvez não conseguir não é bem vindo, é trágico.
A reflexão sobre as escolhas sugere o medo. A reflexão sobre os próximos passos na vida é obra da razão e a mesma se vê enfraquecida diante da impossibilidade de se medir com precisão a margem de erro. Bendito medo! Bendito medo que traz de volta um espírito aventureiro que há muito estava adormecido. O risco é irmão do medo. Só quem arrisca poderá dialogar com o medo e perceberá o quanto mais humano se tornará. Obviamente, o medo é inato, está embutido, estruturado em nós, é natural ter medo. Mas, o medo só "serve" para nos vermos assustados em alguns momentos ou só para nos enfraquecer diante dos desafios da vida? Claro que não!
As possibilidades, os caminhos, as ideias continuarão por aí. Anseio por esse dia, em que o homem não terá medo de ter medo. Saberá que talvez não conseguirá dar conta do que precisa. Terá consciência de sua limitação, coisa que a experiência de ter medo insiste em lembrar. Olhará para seu próximo com mais compreensão, pois nessa experiência de ser mais humano, medroso, mas corajoso a partir da experiência da falta de tal coragem, verá que não estará sozinho e, ao final, se sentirá um privilegiado por tão ilustre visita. Visita essa que não o faz desistir de lutar, pelo contrário. Diante dessas muitas possibilidades que exigem pressa, não temerá não ter tanta pressa assim. A reflexão responsável, aliada ao medo, mostrará sua firmeza, organizando seus passos.
Se tudo isso parece meio utópico, pode até ser. Mas compreendo que quando não temo em visitar as minhas utopias, a realidade se aproxima mais de mim. Contraditório? Pode ser. Mas penso que só quem encara suas verdades, poderá falar da Verdade a quem quer que seja. As utopias existem, dentro e fora de mim. Isso amedronta? Deus, em seu Filho Jesus Cristo, assumiu a humanidade. Ele sabe o que é ser Ser Humano. Portanto, se Jesus sabe das penumbras que vivo, também quero saber das mesmas, sem dó!