tag:blogger.com,1999:blog-91905696018711181092024-03-20T18:13:42.892-07:00Uma vida e seus dilemasEste Blog tem o intuito de refletir sobre os desacertos e as contradições presentes na nossa vida de seres humanos. Há muitas perguntas sem respostas. Há muitas coisas que acontecem sem nos pedir licença. Então, nos deparamos com limites que são, na verdade, sinais da nossa necessidade e contingência. Uma vida e seus dilemas, ou seja, um ser humano e a sua mais pura verdade.Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.comBlogger20125tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-88665718652686345642014-03-09T20:53:00.000-07:002014-03-13T19:30:25.223-07:00Pelos caminhos do deserto<div style="text-align: justify;">
O tempo quaresmal muito me sugere. A princípio me surpreende, mesmo que não seja novidade, mas sempre me traz um novo clima, clima meio desprovido de tantas cores e expressões, sem flores e aleluia. Inicia-se com as cinzas, lembrando-me que sou pó, efêmero e passageiro. É tempo de deserto e como é próprio deste, a temperatura de dia, escaldante quase que insuportável, e a noite, um frio aterrador; tempos de provações, de dureza e tentações. Tempos de preparar decisões, e não de decidir. Tempo onde caminhar é preciso, ainda que devagar, do contrário, logo faltam os sentidos. Há um fato fundante: o Espírito conduziu Jesus até ao seu tempo quaresmal. Ele foi à minha frente. Ele provou do quão árduo é o deserto, quão inóspito, mas sugestivo... Passou pelos caminhos das tentações, mas a elas não cedeu. Tempo de preparação, do plantar ainda que em lágrimas, de cavar os buracos para as grandes estruturas das grandes obras que o Pai quer levantar. Este é um tempo em que o mundo e suas seduções, em nome do imediatismo,</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgve6G5b3t7w39xMAQdsHeJUiRHpAI1d3aGxUfANlKx91HUIWqrvyB4PkB3QmbdJRnqrl-wK4NJcQ2S1NyIVozc320bq0n3joDEyQsVOf1WduOhM6-RhN3wBAbkROlfqnjhGG1A0YvRRPWb/s1600/deserto1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgve6G5b3t7w39xMAQdsHeJUiRHpAI1d3aGxUfANlKx91HUIWqrvyB4PkB3QmbdJRnqrl-wK4NJcQ2S1NyIVozc320bq0n3joDEyQsVOf1WduOhM6-RhN3wBAbkROlfqnjhGG1A0YvRRPWb/s1600/deserto1.jpg" height="217" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
insiste em ignorar. É considerado louco aquele que espera, que padece, que renuncia ou faz penitências. Fora da realidade, antiquado e alienado aquele que para, se prepara, reconhece suas culpas, pede perdão... </div>
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A cada ano, este caminho se apresenta aos homens. Engraçado que todos os sinais nele contidos jogam luz sobre a realidade. Na vida, para quem crê ou não, o tempo das privações, da dor, das tentações e das preparações sempre se apresenta. Quaresma é isto: é poder viver o que é próprio da vida humana. Isso fez Jesus. Pisou o nosso chão, caminhou sob nosso sol, sentiu nosso frio e foi tentado às coisas más como todo ser humano. E teve fome, ou seja, teve ausências! Por isso, Quaresma me sugere o que de melhor preciso viver: minha humanidade, com suas ausências ou não, com seus acertos e erros. E como fez Jesus, é tempo de caminhar, adentrar ao deserto, o Espírito me conduz, para, como sempre, me surpreender. </div>
Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-84369282151776858342013-12-03T14:38:00.002-08:002013-12-03T14:38:55.384-08:00Marcas que me fazem lembrar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNx5KYSSXNy7VHfQ0v9QC4nMnYW6Ke0QD-qh-T9UoJ4fEnBEt7Pi_ofApjNbbID3BT5WZOfXjjNaPMApUUOFqucVIKOEyY0ivTXxLTGyIpa1vyoqHRkKF6FhUVgYautp4TuLS4tq7jTJLU/s1600/cicatriz.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNx5KYSSXNy7VHfQ0v9QC4nMnYW6Ke0QD-qh-T9UoJ4fEnBEt7Pi_ofApjNbbID3BT5WZOfXjjNaPMApUUOFqucVIKOEyY0ivTXxLTGyIpa1vyoqHRkKF6FhUVgYautp4TuLS4tq7jTJLU/s320/cicatriz.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Trago comigo marcas que me lembram situações, pessoas, lugares. São como que cicatrizes feitas por cisões, por acidentes inesperados e também por consequências do que outrora escolhi. Elas surgiram por meio da dor e dos desencontros. Essas marcas de alguma maneira têm falado comigo. De repente, num piscar de olhos, tudo o que reconheço como meu, o meu mundo, o meu lugar, pode desaparecer. Quero dizer que a vida, tão bela e tão forte, não está sob meu domínio. Não posso me iludir. Tais marcas me fazem lembrar que sou efêmero, frágil, pobre. Elas me fazem lembrar também que talvez eu não tenha tanto tempo assim como penso ter. Eu e essa forte tendência de achar que a morte só acontecerá com o vizinho, ou com o fulano de tal do país no outro lado do mundo! Então, até quando vou manter meu nariz empinado, meu peito estufado e meus pés calejados de tanto pisar nos que "são fracos e diferentes de mim"? Até quando vou me assenhorar de mim mesmo, bastando-me, gabando-me do direito de que tudo tem que ser como eu quero? Até quando serei sempre o certo e o outro o errado? Benditas cicatrizes! Elas me lembram que o tempo é breve. Na Igreja é o tempo do Advento e o que mais escutarei nesses dias é sobre a iminência do vir de Deus a nós, seu povo. Quando virá? Como virá? Avisará para que então eu me prepare para não ser negativamente surpreendido? No fundo, as marcas me fazem lembrar que não posso mais desperdiçar o tempo, pois não sou o seu senhor. Em menos de um segundo, tudo pode mudar, pessoas podem partir, lugares podem se modificar. Preciso me sensibilizar com isso. Deus surpreendeu quando enviou seu Filho ao mundo. Ninguém esperava que fosse daquela maneira. Se não tenho do que lembrar, deve ser porque fiquei insensível às marcas que a vida me deixou. É porque talvez já não me lembro que o mundo, as pessoas e principalmente Deus não cabem nas minhas mãos. Vieram por meio da dor e do desencontro, dando-me a consciência do homem que eu sou. Não sou Deus e não sou o outro, que é meu amigo, e que é meu irmão. As marcas me lembram qual é o meu lugar.</div>
Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-13011977302951109082013-09-06T15:39:00.000-07:002013-11-27T13:26:23.345-08:00Frenesi versus Simplicidade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG8nJ2bJ5EeTtZCdRJmhAP3fM96x_0OmBmE4Pib8LdwDcvVqVuCb3o9cnVTRp7MNWd2kAl9nA7TNUYQ3glKXC6RgwcqzA0LO9y_jOBYCsO_fTmtAsy80oYCXnaZhOnvyUrxRFHYLdOIJ7j/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG8nJ2bJ5EeTtZCdRJmhAP3fM96x_0OmBmE4Pib8LdwDcvVqVuCb3o9cnVTRp7MNWd2kAl9nA7TNUYQ3glKXC6RgwcqzA0LO9y_jOBYCsO_fTmtAsy80oYCXnaZhOnvyUrxRFHYLdOIJ7j/s1600/download.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Vivo num mundo cujo frenesi é fato. Preciso ser breve,
rápido, objetivo, satisfatório... Mas não raro sou interpelado pelo seguinte
questionamento: É só isso? Não há nada que você deixou de falar ou fazer? Claro
que eu quero ser sem rodeios no fazer e na fala, ser objetivo, rápido (no
sentido de fazer ou falar o que preciso sem delongas!). Esse tal frenesi tem
gerado precipitação, precocidade. Em outras palavras, muitas vezes tenho sido raso, superficial. Mas não posso crer que o frenesi seja tão determinante assim.
Ele existe, é fato, mas posso não entrar no seu ritmo e não dançar ao som de sua música. Não nasci pra
satisfazer os outros e entrar muitas vezes em seus ritmos egoístas. Nasci para
amar os outros. E amar não se limita a ritmos, tempos, e egoísmos. Ser breve e objetivo para mim é ser simples. Ando cansado de
tanta falácia, de teorias e de encher linguiça! Portanto, sem rodeios: sou
cristão católico. Quero ser de Deus como preciso ser e ao frenesi quero responder de maneira
breve, objetiva, no ritmo da Simplicidade.</span><o:p></o:p></div>
Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-63605053829921407232013-08-31T16:57:00.000-07:002013-08-31T16:57:25.280-07:00Ressuscitar meu blog!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpmSDOHgUe-wsQ1hzk3I8f6ca9Z17joi1VDUDMj7Sg6w0YHaOdJm8nyj7GzLSXVtX2q33rjqwOX44Qnao2rOcU2SfP4TIK-A_WRn1QlMfcKeus5v1oYeXXu7FNbxGptwBtLstUk1IIRo17/s1600/time.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpmSDOHgUe-wsQ1hzk3I8f6ca9Z17joi1VDUDMj7Sg6w0YHaOdJm8nyj7GzLSXVtX2q33rjqwOX44Qnao2rOcU2SfP4TIK-A_WRn1QlMfcKeus5v1oYeXXu7FNbxGptwBtLstUk1IIRo17/s320/time.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Ressuscitar meu blog! Esta é a minha missão neste pequeno
post. Preciso ser breve. Na verdade, esta é a condição que me foi imposta
ultimamente: ser breve, ser o mais objetivo possível, ter poder de síntese...
Ou seja, não ando tendo muito tempo, principalmente para manter meu blog
atualizado. Bela justificativa esta, não? Ando pensando que ter ou não ter
tempo para fazer o que se gosta, ou fazer o que se quer ou o que precisa ser
feito é relativo. Sei que nunca vou dispor de todo tempo que quero, ou que
preciso, mas posso priorizar um pouco mais e praticar a objetividade. Os
dilemas estão ai. Em mim, fora de mim, em quase tudo, mas a objetividade nem
sempre está. Porque preciso ser objetivo, quero dizer, porque tenho que ser
“breve” aqui neste espaço e em quase tudo quero com este pequeno ensaio dar vida novamente a este espaço de
reflexão. Não pretendo grandes coisas com isso, mas me decido por fazer o que
gosto. Quero poder expressar, falar, refletir. Objetivamente falando, <i>Uma vida e seus dilemas</i> está de volta! Quanto compromisso há nisso!
Ser objetivo, eis minha missão! Só por causa do meu blog? Não. A vida espera
isso de mim. O tempo é curto, mas não me sinto pressionado. Esse é um grande dilema da vida humana. Todos nós quando mais crescidos começamos a nos incomodar com o tempo, com a falta dele, com sua rapidez... Hoje entendo a
objetividade como uma forma de viver bem o tempo que tenho. Viver a
Essência, viver o que é mais importante, o que edifica. Isso tem tudo a ver com objetividade!</span><o:p></o:p></span></div>
Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-1473374239662052672013-01-18T10:49:00.000-08:002013-01-18T10:49:34.363-08:00Entre dias, meses e anos...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIMDbApuqlrG1lZzNUkUipzghcH6UUMrgstnxjS2Ab3h_1BrVpaze99uUw21pX_OBiZG1DuDdbsQaoRDKoJPxnhhEuvG0Sa1-RTXmrtXgMGF4fWK3soP95xUEgE3dJqUGeTjW6FR2Vft79/s1600/o+tempo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIMDbApuqlrG1lZzNUkUipzghcH6UUMrgstnxjS2Ab3h_1BrVpaze99uUw21pX_OBiZG1DuDdbsQaoRDKoJPxnhhEuvG0Sa1-RTXmrtXgMGF4fWK3soP95xUEgE3dJqUGeTjW6FR2Vft79/s320/o+tempo.jpg" width="320" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">"Entre dias, meses, anos, forte, inexorável e contínuo (e porque não líquido!), o Hoje predomina, sem luta, sem ditadura, suave! O Ontem, apesar de ser mais certo do que muitas coisas, não é um Hoje, mesmo que seja elegante, mesmo que não saia de nossas conversas, pensamentos, mesmo que seja trágico ou não. O Amanhã, mesmo que seja promissor, ainda que seja até utópico, digno de sonhos, ideais, logo se renderá à supremacia do Hoje. Portanto, na sombra do Ontem e na ideia do Amanhã, o Hoje torna-se o lugar do real. É fatal quando ignoramos o Ontem, esquecendo-nos do Amanhã e só olhamos para o Hoje. O Hoje só pode ser o real quando não se torna a única coisa que entendemos por realidade. É fato: só temos o Hoje como lugar real, mas o Ontem me trouxe ao Hoje e este me levará para o Amanhã, entre dias meses e anos, pois esta é a realidade. Eis é a dança da vida, movimento contínuo, libertador, ao menos que não se queira, ao menos que já nos consideremos pessoas prontas, acabadas, auto suficientes. Somos seres históricos. Ou seja, temos uma história que nos construiu até aqui. É fácil ignorar o passado quando o mesmo não foi tão bom assim. Difícil é olhar para o Hoje e nele edificar o que outrora destruímos, mas sempre será possível enquanto houver vida. O que deu errado, o que se perdeu ou perdemos, o que fizemos ou deixamos de fazer, de alguma forma Hoje há a possibilidade de darmos um novo sentido. Podemos contabilizar muitas mortes no Ontem, mas no Hoje ainda ficou a vida, quer queiramos ou não, quer sejamos nós os vivos ou não. O que importa realmente, o que sempre esteve nós pés dos saudáveis, é a força de no Hoje se firmar, pois o Amanhã só deixará de ser uma mera utopia, um lugar impossível de se alcançar e se tornará um Hoje quando se considerar a História. O gerúndio é a forma mais correta de se auto explicar. Como assim? Estamos indo, escrevendo nossa história que é única, vivendo entre dias, meses, anos... até o relógio parar... o nosso relógio parar!</span></div>
Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-35760551279476912452013-01-17T10:46:00.001-08:002013-09-06T15:00:48.515-07:00Um pequeno trecho parte II<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7pv1DWHIh976rZRsKaWAwFYtM-lOVf1gG_OTA_z06f2FdraevN5eU96bnb-L4aDlpI-TpFGiYjiEA9fTzuNN0RSpsa06UuetpFjf8tE8h8FTc5AFmmM9h7dcxmT9HkpX-Hipu7IKlNXDN/s1600/forca-e-fraqueza-copy2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7pv1DWHIh976rZRsKaWAwFYtM-lOVf1gG_OTA_z06f2FdraevN5eU96bnb-L4aDlpI-TpFGiYjiEA9fTzuNN0RSpsa06UuetpFjf8tE8h8FTc5AFmmM9h7dcxmT9HkpX-Hipu7IKlNXDN/s320/forca-e-fraqueza-copy2.jpg" width="288" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
"Cair, levantar, perder, recomeçar... Mas se Tua mão me segurar eu correrei até voar. Subirei apoiado em Ti." Reconheço minha pequenez. Longe de mim querer vender uma imagem de piedoso, de coitado ou até mesmo de santo. Não! Basta! Reconheço que dependo de Deus e do próximo. Como assim? É que essa história de que não tenho ninguém que mereça a minha confiança somente eu mesmo, é por mim considerada um grande mal. Sim, critico esta ideia vigente que pauta o cenário atual onde nós somos a medida, o centro, a referência única da verdade, do bem e do amor. Nunca o ser humano conseguiu bastar-se a si mesmo, mas sempre tentou... eu ainda tento, várias vezes ao dia! Será que estamos (o ser humano de modo geral) tão emancipados assim? Será que quando quisermos alguém em quem podemos confiar só sobrará nós mesmos e não haverá um outro ao meu lado ou um Outro acima de mim que sabe de todas as coisas, principalmente sabe o que se passa dentro de mim? O que sei é que não sei o suficiente. Penso que a insuficiência tem tudo a ver comigo. Eu sou insuficiente, sou fraco, preciso de ajuda. Mesmo tendencioso a acreditar que sou deus, mesmo com todo este Grande Marketing que me seduz a crer que sou o tal, dentro de mim, em mim, a insuficiência me acorda, ou pelo menos deveria me acordar, e me mostra o chão da realidade: "Eu caio, mas levanto. Eu também perco, cometo erros, desisto, mas recomeço sempre quando me apoio nas mãos Daquele que me segura até eu conseguir voar, apoiado Nele, somente Nele!" Isso se chama fé, não fé em mim mesmo, mas em Deus, em Jesus Cristo, que melhor do que ninguém conhece os dilemas humanos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Engraçado, se estamos tão emancipados, tão felizes e tão senhores de tudo, como justificar o crescente "sucesso" da literatura de auto ajuda? Claro, somente eu posso me ajudar a mim mesmo! Como assim? Será que sou tão suficientemente capaz disso? Não creio...</div>
Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-12767798496875716332013-01-17T09:07:00.000-08:002013-01-17T09:07:51.594-08:00Tempo, amigo permanente!<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">"Passou por aqui, tão rápido, tão forte, não pude conter-te. Não eras meu, não podia ser, não cabes em mim. Eu até tentei e ainda tento segurá-lo pelas mãos, minhas frágeis e passageiras mãos. Pelos dedos escapastes, levando ideais, pessoas, coisas... Mas, o que deixastes por aqui? O que ficou que ainda não quisestes para ti? Obrigado, meu amigo, pois me deixastes o Hoje, o aqui e o agora.</span></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E, neste Hoje, a vida permanece. O ar, a cor, a fome e o sonho ainda estão me motivando. Mas, confesso a ti minha dor, meu desgosto, meus passos cansados. Tens o poder de mostrar que não te submetes a mim, quando me mostras o que realmente és, o que é meu, o que por aqui fica, o que sobrou, e o que é mais importante.</span></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Tempo: amigo que se faz de previsível, mas na imprevisibilidade me surpreende. Passa, acontece, me leva e leva o que tem que ir. Passa, às vezes como uma tempestade, deixando o que tem que ser deixado, destruindo o que precisa, o que não é firme, pois estava a impedir a ordem, base segura da maturidade, e para que eu veja que a vida, os sonhos, os ideais precisam sempre repousar no chão da realidade. Não posso limitar Deus e sua Vontade. O Tempo se encarrega de me fazer entender isso, de me mostrar meu lugar e o mais importante, tal servo de Deus, o Tempo, me faz ver o quanto sou capaz de encontrar razão e sentido em meio aos escombros do que ficou. Aí também vou aprendendo a ser um pouco mais imprevisível, na arte de refazer, de me refazer e na coragem de continuar sem querer disputar com quem não posso."</span></i></div>
Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-81746912203933383842011-09-21T12:39:00.000-07:002011-09-21T13:03:05.914-07:00Um pequeno trecho...<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">"Janela fechada, casa bagunçada, coração preocupado... Diagnóstico de muita gente, gente que vive, que erra, mas que cresce. Na mentira contemporânea muitos resolvem não ficar, pois se está frio, agasalhar-se é o que se faz, se é noite, o cuidado é sempre necessário. É sempre mais fácil ocultar os reais problemas, enterrar as possíveis causas, camuflar o que se é... Há pessoas que não querem viver assim. Preferem sofrer, pagar o preço pela sinceridade, pela verdade, simplesmente para dizer que não compactuam com a ditadura da superficialidade e decidem-se, rompem os protocolos, ignoram formalidades, sem medo do que são. Reconhecer que errou é já começar a acertar. Nunca pedir perdão é já morrer e matar sem deixar de respirar.</span></i><br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Decisões são necessárias. Abrir as janelas, arrumar a bagunça, começar de novo são atitudes que não combinam com o jeito hipócrita de ser... Será sempre mais fácil ser hipócrita, esconder a verdade, se esconder, mas ainda existem pessoas que não negam o que são, que não negam seus erros, as dores, os fracassos e muito menos as suas necessidades, a começar pela necessidade de ser amado. Mas só é amado de verdade quem está despido da superficialidade."</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-90438615015901755222011-07-22T10:47:00.000-07:002011-07-27T12:02:42.697-07:00Descobrindo a realidade<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPmL2TsqOhJIcJ3C0ZL59CwOXhl6drKBA4ENrE45kiUhj8CddhuHzI5rLST2y9Prwqg0Jk9uAMrPkMjbeXldUd2TYVGg1PAP3qvx4hyOUcmVM03E9y7E_RxTpOf4FMSed0h-gReAKLAac7/s1600/309502.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPmL2TsqOhJIcJ3C0ZL59CwOXhl6drKBA4ENrE45kiUhj8CddhuHzI5rLST2y9Prwqg0Jk9uAMrPkMjbeXldUd2TYVGg1PAP3qvx4hyOUcmVM03E9y7E_RxTpOf4FMSed0h-gReAKLAac7/s320/309502.jpg" width="320" /></a></div>Penso que quase tudo na vida passa pela experiência da descoberta. Não adianta. O nosso valor não está naquilo que é material e muito menos quando somos ovacionados por um "gol" que fazemos e quando os nossos maiores esforços são recompensados com um grande lucro financeiro ou por um serviço que prestamos à sociedade. A velha e sempre nova máxima que diz "é pelos frutos que se conhece a árvore", nos ajuda a entender o que é, de fato, a descoberta.</div><div style="text-align: justify;">Um ideal nunca é o que concretamente se vê na realidade. Mas o ideal é o que, muitas vezes, motiva os passos, condiciona as atitudes a ir em busca do que se quer. A vida, suas idas e vindas, sempre se apresenta com um convite: o convite de ir além, consciente de que o ideal não é o real e o real precisa ser visto na sua totalidade. Quando temos êxito diante dos desafios diários, com certeza, houve uma sucessão de fatos que colaborou com tal fim. Ao contrário, quando não há exito, da mesma forma, houve uma gama de situações que influenciou tal acontecimento. Mas, basicamente, todos nós queremos êxito, idealizamos o mesmo e sofremos quando não acontece. Sofremos também, é fato, até mesmo quando alcançamos o objetivo desejado. Mas, a realidade mostra: todos, sem exceção, os que se frustam e os que se felicitam, querem êxito. Isso justifica que os ideais estão presentes, principalmente o ideal do êxito, e êxito em tudo.</div><div style="text-align: justify;">A vida humana, pautada por dias, meses, anos, é perpassada pela inexorabilidade das surpresas. Chamo de surpresa a seguinte realidade: a inutilidade. Olha, dias virão em que não conseguiremos acertar como antes. Dias virão em que, talvez, começaremos a usar óculos, dentadura e adoçante. Talvez, muitos de nós não fará essa experiência, mas farão outras que se agrupam na mesma chave do conceito de inutilidade. O nosso rendimento diminui sem parar, sem trégua. Então, como ficam os ideias de êxito? Eis a saída: descobrir a realidade. Qual realidade? Respondo: o que realmente somos! Quem é casado sabe que o relacionamento não é feito só de sexo, conta conjunta e propriedades. Tem algo a mais que sustenta os cônjuges apesar das prováveis vicissitudes; o Amor! Claro. Quando uma mulher depara-se com a doença de seu esposo, aí a experiência da realidade convida. Diante da inutilidade daquele que sempre trabalhou, sempre lutou em busca de êxito, ela faz a linda experiência de amar, mesmo com seu esposo sem poder fazer quase nada em troca. Na verdade, o que somos na real nunca permite troca. Somos inúteis, mesmo quando somos bons. Quando a inutilidade vem a tona, o amor tem que chegar junto, pois, do contrário, somos tratados como se fossemos coisas. </div><div style="text-align: justify;">Descobrir a realidade é descobrir o que de melhor temos. Criados à imagem e semelhança daquele que É desde sempre, nunca seremos somente o que as meras aparências mostram. Se é pelos frutos que se conhece a árvore, pode-se concluir que quando coisificamos os outros e a nós mesmos, estamos negando a realidade das surpresas que estão na essência do que somos. Os frutos que produzimos nunca são a única forma de mostrar nosso real valor. Mas, sabemos que podemos mudar. A cada dia podemos decidir por outro caminho e assim construir um outro modo de vida. Mas o que é base é a realidade de que somos essencialmente bons e esse desejo de êxito está implícito a nós. Desejamos naturalmente o êxito, pois quem nos criou, nos criou para a felicidade. É isso que queremos, e para Deus, é isso que somos desde sempre.</div>Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-77776840054639817262011-06-26T14:39:00.000-07:002011-06-26T14:39:28.525-07:00Medo...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbfmci2pZMMiSchJSfNqxsd9wOoj5NpUKX9dAq73sxS4oT0pu0VZIUnky-V4wA8GgCm0ghBJiFmsrIleTviZNgmiK-IkyUMh247YOGKnpXGqpTGED73TL5aJXL6vrYmfHzwJGqZ4R-tWs6/s1600/medo1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbfmci2pZMMiSchJSfNqxsd9wOoj5NpUKX9dAq73sxS4oT0pu0VZIUnky-V4wA8GgCm0ghBJiFmsrIleTviZNgmiK-IkyUMh247YOGKnpXGqpTGED73TL5aJXL6vrYmfHzwJGqZ4R-tWs6/s320/medo1.jpg" width="320" /></a></div><div style="color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Neste mundo das muitas possibilidades, quase não se tem tempo para refletir sobre as escolhas que são feitas. As atitudes são apressadas, previsíveis, e quanto menos riscos se correr, melhor. Ou seja, decidir-se na calma pode custar caro. Pode custar uma certa paciência a mais, uma certa demora em saber se aquele caminho é o certo e pode custar ainda mais se a conclusão a que se chega mostrar que nenhum caminho serve. Ficar parado, ninguém quer. O ser humano hodierno vive num frenesi absoluto, ao sabor da fácil substituição de coisas e pessoas, pois parece que estar envolvido nesta chamada correria é o que o distingue dos outros seres, isso é o que tem mostrado alguns letreiros, algumas propagandas, vitrines...</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"> A hipótese da perda assusta. Por isso, as atitudes têm que estar de acordo com a maioria, o império do famoso senso comum, segurança dos que ainda não criticam a si mesmo e a realidade que os cercam. Neste mundo (o mundo que é ilustrado e não o que existe de fato) o medo não pode existir. O medo é soterrado, esquecido, ignorado. Não se pode tê-lo, senti-lo, querê-lo, sobretudo no que diz respeito à produção. O ser humano não pode ser incapaz de dar conta de suas responsabilidades. O medo de talvez não conseguir não é bem vindo, é trágico.</span></div><div style="color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">A reflexão sobre as escolhas sugere o medo. A reflexão sobre os próximos passos na vida é obra da razão e a mesma se vê enfraquecida diante da impossibilidade de se medir com precisão a margem de erro. Bendito medo! Bendito medo que traz de volta um espírito aventureiro que há muito estava adormecido. O risco é irmão do medo. Só quem arrisca poderá dialogar com o medo e perceberá o quanto mais humano se tornará. Obviamente, o medo é inato, está embutido, estruturado em nós, é natural ter medo. Mas, o medo só "serve" para nos vermos assustados em alguns momentos ou só para nos enfraquecer diante dos desafios da vida? Claro que não! </span></div><div style="color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">As possibilidades, os caminhos, as ideias continuarão por aí. Anseio por esse dia, em que o homem não terá medo de ter medo. Saberá que talvez não conseguirá dar conta do que precisa. Terá consciência de sua limitação, coisa que a experiência de ter medo insiste em lembrar. Olhará para seu próximo com mais compreensão, pois nessa experiência de ser mais humano, medroso, mas corajoso a partir da experiência da falta de tal coragem, verá que não estará sozinho e, ao final, se sentirá um privilegiado por tão ilustre visita. Visita essa que não o faz desistir de lutar, pelo contrário. Diante dessas muitas possibilidades que exigem pressa, não temerá não ter tanta pressa assim. A reflexão responsável, aliada ao medo, mostrará sua firmeza, organizando seus passos.</span></div><div style="color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Se tudo isso parece meio utópico, pode até ser. Mas compreendo que quando não temo em visitar as minhas utopias, a realidade se aproxima mais de mim. Contraditório? Pode ser. Mas penso que só quem encara suas verdades, poderá falar da Verdade a quem quer que seja. As utopias existem, dentro e fora de mim. Isso amedronta? Deus, em seu Filho Jesus Cristo, assumiu a humanidade. Ele sabe o que é ser Ser Humano. Portanto, se Jesus sabe das penumbras que vivo, também quero saber das mesmas, sem dó! </span></div>Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-5943578643402150242011-06-23T19:22:00.000-07:002011-06-23T19:26:05.372-07:00E o inefável?<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">E o inefável?</span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Há o Absoluto? Há, de fato, um Deus Criador de todas as coisas e que contradiz àquela ideia de que sua indiferença é o seu amor por suas criaturas? Será que há uma Verdade (que é esse mesmo Deus Criador) que está nos fundamentos das atitudes dos seres mortais e acima, como uma suposta essência metafísica de tudo o que existe? Há quem possa comprovar tudo isso? Penso que a “Aposta de Pascal” pode ajudar nesta reflexão.</span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Acredito que, por mais que usemos da nossa fala, de conjecturas e dissertações, ainda ficarão coisas, fatos e experiências que não conseguiremos expressá-las por meio de proposições logicamente aceitáveis. Haverá sempre uma palavra a ser dita, um desejo a ser realizado e haverá sempre um objeto faltante que, segundo Freud, é o que movimenta o nosso psiquismo e, portanto, psique trabalhando significa vida.</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh8Ls0ffLMy94E-iMPUQzcjR-afei1cQ0ViGGtL30G9TLmItmPRhYI_Jle4tctgOgbmgaoNq7cCbOEiFpXmVKLM-nNJi70F0VOzTt0PVw5yeicyYbSr5ZCyIvIGGLMpDMLdBexmL8bWW5T/s1600/lua-e-sol-no-polo-norte.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh8Ls0ffLMy94E-iMPUQzcjR-afei1cQ0ViGGtL30G9TLmItmPRhYI_Jle4tctgOgbmgaoNq7cCbOEiFpXmVKLM-nNJi70F0VOzTt0PVw5yeicyYbSr5ZCyIvIGGLMpDMLdBexmL8bWW5T/s320/lua-e-sol-no-polo-norte.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Sei que o número 2 é um ente de razão. O que existe, de fato, são duas coisas. Aí, posso, em função de um objeto chamar outro objeto de “outro”. Óbvio! Então, uma coisa “é” uma coisa em função da outra coisa... Exemplo: eu sou eu e não outro. Sou único, como também cada ser humano é único, pois não há outro eu etc. Mas, só posso ser único porque não há outro que seja eu. Portanto, se há um Absoluto, uma instância maior (Verdade, Deus), posso pensar que essa instância é o totalmente Outro. É um totalmente Outro que não permite uma compreensão sistematizada de si mesmo. Ou seja, eis o inefável, o inexprimível e o invisível porque a lei que dita meu crescimento totalitário (corpo, alma e espírito) respeita este espaço de carência (ausências de conjecturas, de coisas e da sistematizada compreensão de Deus etc.) como garantia da minha sobrevivência. Claro, sobreviver estando vivo e não sobreviver estando morto (Leia-se: se nosso psiquismo não trabalha, acho que criaremos mundos à parte e nele seremos deuses, o absoluto, o inefável e teremos um deus sistematizado!)</span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Ah! Há algo dentro de mim apontando a mira para o que não consigo explicar e pouco entender! Shopenhauer dizia que a vontade era essa essência metafísica de tudo o que existe. Aí, ele não sabia se era melhor ter o objeto desejado em mãos ou viver querendo ter o mesmo. Pois, se o desejo fosse realizado, logo viria o tédio por se ter chegado a tal fim. Mas outros desejos surgiriam e o homem se perceberia num ciclo fechado, girando entre realizações que logo se tornam faltas, ausências, de desejo em desejo e de tédio em tédio. Quando não se tem o que se quer ou precisa ter, eis o período, acima citado, de carência, de falta. Mas, qual ser dotado de razão e que se acha o cara, pode dizer que já tem tudo o que desejou e pronto, parou a busca e está feliz? Tem alguém que possa afirmar isso de si mesmo em nosso mundo contemporâneo?</span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Então, que objeto é esse ou que coisa é essa, que pessoa é essa, que casa é essa, que carro é esse que comida é essa etc. que vivo a desejar tendo fortes indícios de nunca alcançá-los perfeitamente? Que palavras são essas, que conjecturas são, que teses são essas, antíteses e etc. que ainda não consigo expressar, concatenar, comprovar...AHaHaH!!</span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=9190569601871118109&postID=594357864340215024" name="_GoBack"></a> </span><span style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Meu coração aponta à eternidade! Creio não poder, com minha limitada compreensão do mundo, de mim mesmo e do outro, criar essa chamada vida atemporal. Creio não ser capaz disso. Mas, não se preocupe. Se não consegue me entenderme desculpe. A culpa não é sua e nem minha. Como vou explicar o inexplicável, que também chamo de inefável, invisível e inexprimível? Viu, sempre haverá uma palavra, um desejo e uma ideia. To tentando concluir mas me dá uma vontade de continuar a escrever, falar e...</span></span></div><div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div>Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-36155839968363707482011-06-21T12:54:00.001-07:002011-06-21T18:29:21.966-07:00E quando é necessário recomeçar?<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI1am5klrqcAXtviOUNN2NGahWGLZ-PjDpMRIj4-rgiHW0UP6FfzYNdTDLp2s4kmDMkWXKd7_gXYiTNyYadohaBuhKKcbyAwUM6OVkdIIzV81McjWCWxDDWoXt8Lw39RTg9Erkq8MBfQVV/s1600/recomecar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="166" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI1am5klrqcAXtviOUNN2NGahWGLZ-PjDpMRIj4-rgiHW0UP6FfzYNdTDLp2s4kmDMkWXKd7_gXYiTNyYadohaBuhKKcbyAwUM6OVkdIIzV81McjWCWxDDWoXt8Lw39RTg9Erkq8MBfQVV/s320/recomecar.jpg" width="320" /></a></div>Este blog acabou de entrar num processo diferente. Não, ele não vai só ficar mais atualizado e, por isso, mais divulgado. Não, essa não é a minha intenção. Simplesmente eu me decidi a interrogar-me sobre até que ponto os dilemas fazem parte da humanidade de forma geral. É, pois creio que há sempre um caminho mais simples a ser percorrido e nem por isso é um caminho mais fácil. Quando olho à minha volta, claro, sou único, só existe uma pessoa que tem estas influências genéticas, a família, a história que é idêntica a mim mesmo e não a outro (óbvio!), passo então a acreditar que o que pode melhorar muito a nossa vida como um todo é sempre caminharmos nos caminhos da simplicidade. Essa deve ser a base, o fundamento do proceder humano, sem relativismos. Explico.</div><div style="text-align: justify;">Quando Jesus fala que o Reino dos Céus é das crianças, creio que Ele nos faz um chamado à simplicidade. Esta é a prova que nós, seres inteligentes, precisamos pra melhorarmos nossas vidas, pois há sempre uma saída satisfatória. Ou seja, há sempre um sim a ser dado, quando necessário e há sempre um não a ser dado, quando necessário. A paciência, a esperança e a caridade são sempre uma forma de responder com simplicidade às perguntas dos tais dilemas que parecem só aumentar. É satisfatório na medida em que entendemos a realidade para além das aparências. Os discípulos de Jesus penam neste itinerário de simplicidade, pois quando já se é crescido, a tendência de tudo querer resolver por meio de respostas rápidas normalmente prevalece. Mas a caridade não dialoga muito bem com esse tal de dilema, tanto pessoal, como coletivo. Exemplo: pagar o mal com o bem, dar sem querer nada em troca, dar a vez a um motorista apressado no trânsito de São Paulo e etc.</div><div style="text-align: justify;">Recomeço neste itinerário constante onde só serei feliz se a caridade for sempre minha escolha primaz. Recomeço com paciência e esperança, pois quando eu olho para o meu pai, o grande Geraldo Lopes Pereira, eu vejo que é possível ser feliz. Meu pai tem o dom de colocar os maiores intelectuais do mundo dentro do seu bolso, pois o mesmo sabe ser simples, sincero e despojado de tudo o que tem, mesmo não tendo feito mestrado, doutorado e etc. (obviamente, mestrado, doutorado e outras especializações são importantes na medida em que colocamos tudo isso a serviço do próximo) Ele se realiza em ter casa e em dar casa para seus filhos, em dar casa para sua mãe, minha avó e em dar sua presença de Pai a outros tantos filhos que lhe estendem a mão. Aqui recomeço, contemplando este grande Pai que, mesmo parecendo um um pouco duro em suas decisões, "age como criança" na obviedade de ser acolhedor, mesmo quando nós, seus filhos, não fazemos por merecer tal consideração. Acredito hoje mais do que ontem que, a partir disso, o mundo pode começar a ser melhor, pois se eu estou feliz, então, transbordarei felicidade por onde eu passar, como faz meu grande e amado Pai. </div>Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-77081421194514045072010-12-24T09:37:00.000-08:002010-12-24T09:37:40.456-08:00Amigos: junção e não fusão de dilemas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivkStrIsN23oVrKoCrcc7gqb4QAV8m7OStFVvs-QOn_MsAz6wr9HIIL0LKlW5n1bSXs6CKZqh0vsHupy5AAzBZP-SjDqnYF-mNJ0cOKupW4MckaahrwuBQ-QVNowHjC9EvdD9qNR6-n8N5/s1600/BXK32456_amigos-esperando-um-novo-dia800.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivkStrIsN23oVrKoCrcc7gqb4QAV8m7OStFVvs-QOn_MsAz6wr9HIIL0LKlW5n1bSXs6CKZqh0vsHupy5AAzBZP-SjDqnYF-mNJ0cOKupW4MckaahrwuBQ-QVNowHjC9EvdD9qNR6-n8N5/s320/BXK32456_amigos-esperando-um-novo-dia800.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Não concordo com a ideia de que os amigos são coisas que faltam em mim. Essa palavra "coisa", que quero usá-la para explicar o que os amigos não são, a princípio não me agradou. Mas, percebi que tem tudo a ver com o que quero falar. Então, explico. O amigo não é a voz que não tenho, naquelas situações em que preciso cantar, como para falar, criticar e opinar. Ele também não é meu servo, meu escravo, que tem que estar 24 horas disponível, atento às minhas necessidades e carências. O amigo sabe que sou só, mesmo sabendo que nossa amizade proporciona intimidade e profundidade. Ele é diferente de mim. Talvez, eu goste de carne bovina e ele não. Ou, talvez, ele goste de vinagre com cebola crua e eu deteste e, ainda, talvez eu goste de vinho e ele não. Posso começar a questionar essa amizade se, por acaso, eu passar a mudar meus gostos, tipo, achando que isso vai agradar meu amigo... Na verdade, se isso acontecer, é sinal de que estou me deixando influenciar por quem chegou na minha vida com a proposta de me amar do jeito que eu sou, mesmo eu gostando do que eu gosto e mesmo não lhe agradando. Mas, têm coisas que vamos passar a desfrutar só após a chegada do amigo sem deixar de ser quem somos. Talvez um suco de limão bem azedinho etc. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O amigo não roubará para si as nossas dificuldades, o nosso sofrer. Essa atitude heróica pode ser linda, louvável e digna de aplausos. Mas, ela pode nos estragar. Nossas dores são matéria com potencial para nos fazer crescer. Cabe à nossa decisão, é claro. O amigo saberá que sua presença, e somente a sua presença nessa hora, é o mais importante. E, mais cedo ou mais tarde, ele dirá: "preciso ir embora". Mesmo sendo quem ele é, precisará ir, pois tem o seu lugar e sua hora. Isso pode parecer um tanto insensível, mas acho que os amigos se unem e não se confundem entre si. Nesse mundo das relações cada vez mais superficiais, presenças são o que não faltam. "Amigos" são utilizáveis (e por que não descartáveis?) aos montes e quase não se tem tempo para si. A solidão é banida. Logo, reificar ou coisificar pessoas significa esvaziamento e alienação de si. Portanto, não crescimento.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Nos momentos de dificuldades, Cireneu, aquele que ajudou o Senhor na subida até o Calvário, pode ser tomado como um bom exemplo. A Cruz não era dele. Ele ajudou Jesus até certo ponto. Dali pra frente era com Jesus. Isso é também uma forma de respeito. A dor, o calvário só poderão ser sofridos pelo amigo, também, até certo ponto. O que fica nesse momento é a crença de que ele conseguirá. Aqui, brota o sentimento de impotência, por ver o amado sofrer e não poder fazer nada.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Os amigos se olham e se percebem. Não estarão fundidos um no outro. Do contrário, não seria amizade. Há uma junção, dois caminhantes rumo aos desafios da vida. Claro, ambos terão no coração o desejo de, se preciso, dar a vida um pelo outro, para que ele viva a sua vida, pois a verdadeira amizade é sempre livre de todo desejo de possuir, de centralizar em si o controle das decisões. A coisificação do outro é sempre uma atitude mais fácil a ser tomada. Mas, o meu amigo não serve pra compensar o que falta em mim. E eu também não suprirei suas ausências. Eu, com meus dilemas, ele com os dilemas dele, nos tornamos um somente quando respeitamos os limites da solidão que ambos temos.</span><br />
</div>Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-55735733749462331602010-12-14T07:56:00.000-08:002010-12-14T07:56:19.426-08:00Ainda continuo com medo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUywnmTFuvmBGmnhPthhWL6TKpZk2xaPNxir9ecv2oNRdCOjzDFw1xHGUYCe-XAcMNFBLkeWORSigx3KdCxJTG61R9thSbPJT-lAXvP82_pxQAqCfnGYdT4p7oSXKDRyIkDuhbXBQlxs-7/s1600/imagesCAMQAKRV.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUywnmTFuvmBGmnhPthhWL6TKpZk2xaPNxir9ecv2oNRdCOjzDFw1xHGUYCe-XAcMNFBLkeWORSigx3KdCxJTG61R9thSbPJT-lAXvP82_pxQAqCfnGYdT4p7oSXKDRyIkDuhbXBQlxs-7/s1600/imagesCAMQAKRV.jpg" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="color: #2a2a2a; line-height: 17px;"><span class="ecxApple-style-span" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A imaturidade é fato. O choro, o grito, o desespero acontecem quando a solidão e a dor se aproximam. Muitos de nós (eu com certeza!) ainda temem o desprezo, a indiferença e o não reconhecimento dos outros. O anseio por presenças, seja de coisas ou pessoas, que são tidos como lugares de segurança e conforto é crescente. Cresce na medida em que o achar-se pronto, homem feito e feliz consiste em sempre estar amparado, como uma criança que só pensa em si e sempre se esquece dos outros. A tal fase do altruísmo é muito falada, grandes discursos sobre... Discursos vazios de sentido. Linguagem e realidade, duas coisas que não se conhecem. Mas, o que a experiência mostra é a criança que só quer brincar, mas que não sabe brincar, a não ser sozinha. Estamos em tempos de forte egoísmo! Alguns alimentos, não necessariamente aquilo que comemos e bebemos (o que lemos, o que vemos e ouvimos), que são essenciais para o desenvolvimento, servem mais como entorpecentes do que como sustento, forjando realidades à parte. Grandes mundos de fantasias, de ilusões onde tudo está bem e não há problemas que precisam ser resolvidos. O senso crítico não existe, pois tem sempre alguém a gritar por nós, a questionar, a reivindicar nossos direitos, a lutar por justiça.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br style="line-height: 17px;" /></span><span style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">É de se compreender por que muitos ainda não querem crescer. A realidade é dura. A queda, os erros, os fracassos compõem o mundo das nossas possibilidades ou já estão por aqui. A solidão é fato. Está em nós. Por mais que tenhamos fé, por mais que sejamos filhos queridos de Deus e por isso somos 24 horas do nosso dia olhados por Ele, ainda assim há razões para temermos, mesmo que sejam razões as quais não sabemos de onde nem por que vêm. Nossa fé e nossa tomada de posse do que somos em Deus exige vigilância constante. Isso até pode ter relação com a nossa contínua necessidade de saciar a fome, a sede, os desejos etc. Encarar a realidade dá frio na barriga, tendo fé ou não. Maturidade está para profundidade. Em outras palavras, maturidade está para verdadeiro comprometimento com a vida, sem querer ficar só com os dias de alegria e de sol em detrimento dos dias de tristeza e chuva. </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br style="line-height: 17px;" /></span><span style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">A busca por lugares que não existem parece ser algo que está entranhado em nossas estruturas. Nessa fase do ficar só com os dias de sol, a fase do homem feito e feliz que já citei acima, as utopias ganham vida. Não há medo. Não há erros. Se existem medo e erro não é comigo. É sempre com o outro... </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br style="line-height: 17px;" /></span><span style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Não existem opções de lugares para se viver. Só há um lugar, cheio de luz e sombra. Acredito que não existam outras vidas a se viver para, talvez, justificar a vida que passou. A vida é essa que estamos vivendo, e o estar com medo, temendo algo, isso é sinal de humanidade. Quem luta quer vencer, mas também teme a derrota. </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br style="line-height: 17px;" /></span><span style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Condeno a imaturidade assumida. Apoio a imaturidade reconhecida, pois este é o primeiro passo para que se possa viver sem vendas nos olhos, chorando e sorrindo, com afetos de homens e mulheres que querem crescer. </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br style="line-height: 17px;" /><br style="line-height: 17px;" /></span><span style="line-height: normal;"><em style="font-style: italic; line-height: 17px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">As dúvidas, os questionamentos e o achar-se não pronto são grandes aliados no processo de crescimento. Por isso, não os evite. Mas cuidado, o medo é consequente! </span></em></span></span></div>Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-19743670787648916372010-12-06T13:36:00.000-08:002010-12-10T10:27:20.857-08:00A saga de ser Deus<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Minha saga de ser Deus ainda continua. Vivo ignorando minha natureza humana quando tento tudo controlar, tudo querer, tudo fazer. Isso, com certeza, é o meu maior pecado. Sinto dentro de mim o impulso de controlar o tempo, de dizer quando pode chover ou quando pode fazer sol. As retribuições, o reconhecimento pelo esforço feito e os elogios são sempre esperados por mim. Ainda continuo desejando os lugares de honra, os aplausos. Temo a solidão e o fracasso. O belo discurso de que o que faço é sem querer nada em troca, ainda é mais teoria do que prática. E reconhecer isso, ainda é meu grande desafio. Almejo uma perfeição que não me cabe. Vivo tentando fazer com que as interpretações dos outros sobre mim e sobre as coisas sejam sempre da forma que eu quero. Por isso, o fracasso se torna a paga por essa pretensão desmedida em assumir um lugar que não me pertence. O anseio por uma perfeição desumana não me humaniza. Redundante conclusão, eu sei, mas é a triste realidade de um homem e seus dilemas. Acredito que a causa desse meu anseio de ser mais do que posso ser está na não aceitação da minha finitude. Ainda não aceito perder, padecer, sofrer e morrer. </span></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTw2vcrzgxqTOk2elaLftk8UzpABGmIYW_YB63gQjhNe23SO96v2mG2u0Wu6x6zcbDoDBPLTR9urcTfgJWe2EjWivm_NuUPQvo-Atl49cBhbyhCCtx3vw-dG2bCGxATfKI7V8VWwbQtom4/s1600/DEUS-O-HOMEM-E-O-MUNDO-ATUAL%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTw2vcrzgxqTOk2elaLftk8UzpABGmIYW_YB63gQjhNe23SO96v2mG2u0Wu6x6zcbDoDBPLTR9urcTfgJWe2EjWivm_NuUPQvo-Atl49cBhbyhCCtx3vw-dG2bCGxATfKI7V8VWwbQtom4/s320/DEUS-O-HOMEM-E-O-MUNDO-ATUAL%255B1%255D.jpg" width="298" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Neste momento em que tento escrever sobre meu desejo de perfeição, entre um biscoito e outro, tenho a preocupação de escrever um texto legal. A hipótese de fracassar me assusta. Estou, agora, a procurar as palavras, pois as mesmas me fogem. Estou temendo não conseguir dar sentido a isto que quero escrever mas confesso também não estar preocupado com rimas, ordem e quantidade. Claro, nem sempre é assim! Assumir o papel do "está tudo bem, se melhorar estraga, é assim mesmo", é sempre minha grande tentação. Ocultar as fraquezas, neste atual cenário em que vivo, parece uma prática quase que absoluta.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">O desejo muitas vezes desenfreado de alegria e festa me faz querer que a vida seja reduzida só a este enredo. Luzes, cores, danças, perfumes... Essa minha saga de ser Deus é muito medíocre mesmo! Escolher parte da realidade em detrimento da outra que é sempre fonte de renovação, de avaliação e amadurecimento só pode ser atitude de um ser humano de posse do que não lhe pertence. Por isso, concordo plenamente com a ideia de que o que me humaniza é aquilo que me faz experimentar o que é próprio dessa mesma humanidade. Seriam, então, as ideias? Seriam, então, os sonhos utópicos? As vitrines? As cores? Os sons? Definitivamente não. As ideias são importantes, como também os sonhos e os lugares de divertimento. Mas, uma experiência que sempre me lembra dos meus limites é a do fracasso. Se ainda continuo a querer tudo controlar, os dias escuros, os dias maus, me devolvem a mim mesmo. Eles me fazem querer mudar de tema, talvez pensar em escrever sobre a saga de ser homem, deixando Deus ser quem ele é, sem reduzi-lo a mim, sem querer ser o que jamais eu poderia ser.</span></div>Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-24859562428195961542010-11-20T04:21:00.000-08:002010-11-20T04:21:34.802-08:00Felicidade, é possível? - parte 3<div align="justify">(Cap. III do trabalho de conclusão do curso de Filosofia - Crítica ao conceito de felicidade do homem contemporâneo) parte - 3/3<br />
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<strong> Da decepção à Felicidade</strong></div><div align="justify"><div align="justify"><br />
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</div><div align="justify"></div>Partindo do princípio de que a decepção é um elemento constitutivo da experiência humana, ou seja, o homem ainda se vê insatisfeito apesar de tudo o que já tem e que poderá ter, a ideia de Aristóteles a respeito dos bens materiais torna-se um norte para o homem contemporâneo. Como consta no primeiro capítulo deste presente trabalho, o Filósofo coloca nos fundamentos da felicidade humana a prática das virtudes. Ele reconhece a dependência que o homem tem dos favores dos bens materiais, da fortuna, das pessoas, mas o que constitui a felicidade são as atividades virtuosas. Ou seja, os excessos, os exageros, que são uma das faces do homem de hoje, bem longe estão da virtude e bem longe estão da felicidade. Lipovetsky denomina o homem de hoje como "<i>Homo consumericus"</i>, e, portanto, não mais um simples consumidor em busca de garantir sua sobrevivência, mas sim, um hiperconsumidor ávido por satisfazer seus desejos mais egoístas. Sendo assim, essa busca da felicidade contrapõe-se ao equilíbrio entre razão e paixão, corpo e alma. <br />
<span style="font-size: small;">"Todo querer nasce de uma necessidade, portanto, de uma carência, logo, de um sofrimento. A satisfação põe um fim ao sofrimento; todavia, contra cada desejo satisfeito permanecem pelo menos dez que não o são. Ademais, a nossa cobiça dura muito, as nossas exigências não conhecem limites; a satisfação, ao contrário, é breve e módica. Mesmo a satisfação final é apenas aparente: o desejo satisfeito logo dá lugar a um novo: aquele é um erro conhecido, este um erro ainda desconhecido. Objeto algum alcançado pelo querer pode fornecer uma satisfação duradoura, sem fim, mas ela se assemelha sempre apenas a uma esmola atirada ao mendigo, que torna sua vida menos miserável hoje, para prolongar seu tormento amanhã"</span>. (Arthur Shopenhauer - O Mundo como Vontade e como Representação)<br />
<span style="font-size: small;"></span><br />
<div align="justify">Nessa realidade da vontade que nunca poderá ser satisfeita, como entender a felicidade? Pensar a felicidade como uma atitude racional de equilíbrio das ações e numa tomada de consciência das satisfações que são apenas momentâneas, poderá contribuir para a ideia de que a mesma pode ser encontrada nesse processo, baseado pela virtude e por esse reconhecimento dos limites que se tem. O homem, que hoje se coloca no centro como o seu próprio "deus", mostra estar tomando um lugar que não o pertence. Voltar para a condição de criatura, de dependente, de necessitado poderá ser uma resposta para essa discrepância entre sua objetividade e sua subjetividade. Sto. Agostinho tem toda razão quando deposita em Deus toda as chances do homem ser feliz. Ele é consciente da limitação humana e sabe que só Deus, por ser Ele ilimitado e imutável, satisfará esse mesmo homem em suas necessidades.</div><div align="justify">Não há dúvida de que, apesar dos excessos, dos vícios ao invés da virtude, principalmente no que tange o bem estar, o homem tem como fim de suas ações a felicidade. "É em nome da felicidade que se desenvolve a sociedade de hiperconsumo", como afirma Lipovetsky. Ao redor de si, esse mesmo homem depara-se constantemente com grandes quantidades de guias e métodos que trazem consigo uma promessa de vida melhor. A televisão e os jornais trazem conselhos de saúde e de forma. É crescente o número de psicólogos que trabalham na ajuda às pessoas em dificuldades. Isso mostra que o homem trabalha em função de sua felicidade e tende a continuar assim, pois há dentro de si a exigência de ser feliz, mesmo não sabendo perfeitamente como isso acontecerá.</div><div align="justify">A felicidade humana, tornando-se o ideal supremo, traz consigo uma postura de desprezo à tradição da filosofia clássica e à religião. O homem contemporâneo, assim influenciado, vê-se, à medida que avança por este caminho, esvaziando-se enquanto indivíduo, enquanto ser. Por isso, a felicidade permanece, de fato, em sua história, em seu passado e cada vez mais longe de seu futuro. Essa é a ideia de que a felicidade somente é encontrada numa atitude nostálgica. Ou seja, o homem de hoje, por não viver segundo o equilíbrio entre razão e instinto, acaba por não aproveitar melhor seu tempo presente e o recordar-se de fatos passados traz a frustração de uma oportunidade de felicidade que passou e que não volta mais. </div><div align="justify">A ideia aristotélica é fundamental para uma vida feliz, mesmo levando em consideração a limitação humana. As virtudes intelectuais, quando integradas às virtudes morais, colocam o indivíduo no centro, no eixo de sua existência. Dessa forma, o homem se integra ao universo, já não se coloca mais como seu centro. Sto. Agostinho também enfatiza o papel da virtude como fator de equilíbrio no ser humano. Mas ele completa o que faltou em Aristóteles. Agostinho diz que a felicidade é Deus e cabe ao homem possuí-lo para ser feliz. Portanto, as ideias de Aristóteles e de Sto. Agostinho trazem consigo a esperança da vida feliz para o homem de hoje. Ambas retiram o homem de qualquer ilusão e o colocam à busca, ao esforço. Ambas retiram o homem do egoísmo, pois, não haverá felicidade sem virtude. Sem justiça, sem temperança, sem moderação, sem caridade, é impossível pensar a felicidade. E, segundo Agostinho, sem essas mesmas virtudes, é impossível chegar a Deus. </div><br />
<div align="justify"></div></div>Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-41763677204577805022010-11-10T15:00:00.000-08:002010-11-13T03:01:31.794-08:00Felicidade, é possível? parte 2<div style="text-align: justify;">(Cap. III do trabalho de conclusão do curso de Filosofia - Crítica ao conceito de felicidade do homem contemporâneo) parte - 2/3<br />
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<strong>A Felicidade Materialista</strong></div><div style="text-align: justify;"><strong><br />
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<div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Em seu livro <b>A Felicidade Paradoxal, </b>o filósofo Gilles Lipovetsky vai dizer: "<span style="font-size: small;">A felicidade não é, evidentemente, uma 'ideia nova'. Nova é a ideia de ter associado à conquista da felicidade as 'facilidades da vida', ao Progresso, à melhoria da existência material. No século XVII, o cartesianismo já lança as bases intelectuais da civilização prometeica da felicidade, anunciando o progresso ao infinito para e pelo gênero humano".</span><br />
<div style="text-align: justify;">Na ideia aristotélica, como consta no primeiro capítulo deste presente trabalho, a felicidade está diretamente ligada com a prática das virtudes. Aqui, Aristóteles já se opõe diretamente a essa ideia de felicidade trazida pelo progresso civilizatório. A chamada sociedade de consumo influenciada por este progresso passa, então, a entender que crescimento econômico, que ocasiona prazer, bem estar, acúmulo de bens, caracteriza o que é a felicidade. A ideia, segundo Gilles Lipovetski, é que "as indústrias e os serviços agora empregam lógicas de opção, estratégias de personalização dos produtos e dos preços [...] mas todas essas mudanças não fazem mais que ampliar a mercantilização dos modos de vida, alimentar um pouco mais o frenesi das necessidades, avançar um grau na lógica do ‘sempre mais, sempre novo’ [...]" A virtude, como ensinou Aristóteles, perde seu sentido. </div><div style="text-align: justify;">O homem de hoje está mais preocupado em satisfazer suas emoções imediatas do que demonstrar sua condição social. Elevando os ideais de felicidade privada, "os lazeres, as publicidades e as mídias favoreceram condutas de consumo menos sujeitas ao primado do julgamento do outro. Viver melhor, gozar os prazeres da vida, não se privar, dispor do ‘supérfluo’ aparecem cada vez mais como comportamentos legítimos, finalidades em si." Desse modo, percebe-se um incentivo a atitudes cada vez mais individualizadas. Nessa avidez pelo supérfluo, o homem corre em direção à superficialidade da realidade. Apega-se às "facilidades da vida", fugindo de si mesmo e sem perceber passa a andar sem sair do lugar. Ou seja, "quanto mais se consome, mais se quer consumir". </div><div style="text-align: justify;">Sto. Agostinho, como consta no segundo capítulo deste presente trabalho, concluiu que não basta aos que já possuem ter o ambicionado para serem felizes. E, mais à frente, ele diz que o homem jamais esgotará todo o seu desejo de possuir e tampouco poderá manter aquilo que é material porque, sendo material, pressupõe-se a sua finitude. Neste sentido, o homem de hoje mostra-se avesso à prática de certas virtudes, principalmente nas que tocam diretamente seu bem estar. O muito ter, o muito comer, o muito fazer tem feito com que o homem acelere cada vez mais o ritmo de sua vida e isso, consequentemente, tem sido a fonte de muitos males. O querer e o agir humanamente são a raiz da virtude. Mas, para o homem de hoje, só uma parte de sua humanidade é considerada. Sto. Agostinho afirma que basear a felicidade numa vida vivida somente no prazer, no bem estar, não é ser feliz. É necessário que haja uma tomada de consciência, pois nem tudo na vida é prazer. </div><div style="text-align: justify;">Assim, o filósofo Arthur Schopenhauer considera que a essência de tudo o que existe, inclusive o homem, é a Vontade. Ele mesmo diz: "<span style="font-size: small;">Meu corpo e minha vontade são uma coisa só; ou, o que como representação intuitiva denomino meu corpo, por outro lado, denomino minha vontade, visto que estou consciente dele de maneira completamente diferente, não comparável com nenhuma outra; ou meu corpo é a OBJETIVIDADE da minha vontade, // ou, abstraindo-se o fato de que meu corpo é minha representação, ele é apenas minha vontade etc".</span><br />
<div style="text-align: justify;">Seguindo a ideia de Shopenhauer, a vontade não se manifesta como um princípio puramente racional. Ao contrário, ela é o impulso que leva todo ente, desde o inorgânico até o homem a desejar sua preservação. Ele mesmo diz: "reconhecerá a mesma vontade como essência mais íntima não apenas dos fenômenos inteiramente semelhantes ao seu, ou seja, homens e animais, porém, a reflexão continuada o levará a reconhecer que também a força que vegeta e palpita na planta, sim, a força que forma o cristal etc. [...]" A consciência humana, para Shopenhauer seria uma mera superfície que confere causalidade a seus atos e ao próprio mundo, a irracionalidade inerente à vontade. Portanto, a vontade é compreendida como a causa de todo sofrimento, uma vez que lança os entes numa cadeia perpétua de aspirações sem fim, provocando a dor de jamais poder completar-se. </div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;">"Eterno vir-a-ser, fluxo sem fim, pertencem à manifestação da essência da vontade. O mesmo também se mostra, por fim, nas aspirações e nos desejos humanos, cujo preenchimento sempre nos acena como o fim último do querer; porém, assim que são alcançados, não mais se parecem os mesmos e, portanto, logo são esquecidos, tornam-se caducos e, propriamente dizendo, embora não se admita, são sempre postos de lado como ilusões desfeitas". </span><br />
<div style="text-align: justify;">A partir do que já pensava Sto. Agostinho e juntamente com a ideia de Shopenhauer, a decepção apresenta-se como elemento constitutivo da experiência humana. Percebe-se que está na natureza do homem ser insatisfeito. Logo, "todo conjunto de bens mercantis se mostra incapaz de trazer o gênero de satisfações que se espera deles, as experiências de consumo estão na origem de muitas decepções". Alguns bens considerados não duráveis, como por exemplo, o comer e o beber, são causas de prazeres intensos, renováveis e, sobretudo, resistentes à decepção. Em contrapartida, muitos bens<span style="font-size: small;"> </span>duráveis, como, por exemplo, aquecimento automático, automóvel e refrigerador não são resistentes à decepção por ocasionarem prazeres somente no momento da aquisição ou do primeiro uso. Outras decepções são evidentes, devido a expectativas não superadas: saúde, educação, lazeres, política, a própria profissão, etc. </div></div><div align="justify"></div></div></div><div align="justify"></div>Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-79934162667552059182010-10-30T10:21:00.000-07:002010-10-30T10:49:35.864-07:00Felicidade, é possível?(Cap. III do trabalho de conclusão do curso de Filosofia - Crítica ao conceito de felicidade do homem contemporâneo) parte - 1/3<br />
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<strong>Autonomia da Razão x Conquista da Felicidade </strong><br />
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<div style="text-align: justify;">A felicidade na contemporaneidade caminha na diversidade de meios, na busca e posse de bens temporais e passageiros, caracterizando o homem pelo consumismo, materialismo, imediatismo, hedonismo, utilitarismo e egoísmo. O homem de hoje, em sua busca pela felicidade, distancia-se cada vez mais daquilo que Aristóteles e Sto. Agostinho ensinaram a respeito. Os dois grandes pensadores da Filosofia Clássica já não exercem tanta influência sobre o homem de hoje, que eleva a altos patamares a corporeidade, a exterioridade e a artificialidade em suas relações com a realidade. Isso ocasiona toda uma crise de identidade consigo mesmo, com o mundo e com a verdade. Tal diversidade reflete uma falta de conhecimento do que seja a verdadeira e plena felicidade.</div><div style="text-align: justify;">Os resultados do processo histórico da modernidade influenciam o homem de hoje diretamente, não só na concepção de felicidade, mas também na ideia de Deus e de mundo. Galileu, Francis Bacon e Descartes são considerados os pais do Projeto Moderno. Eles, segundo o filósofo Franklin Leopoldo e Silva, “propuseram meios racionais de emancipação do homem em relação às forças da natureza e aos dogmas estabelecidos por instâncias de autoridade alheias ao domínio da pura razão”. Com postura de recusa ao dogma da criação decaída e a sujeição do mundo visível aos mandamentos do invisível, os modernos inventaram a “religião do progresso, a ideia de uma marcha indefinida rumo à felicidade a efetuar-se através do domínio técnico do mundo”. As maravilhas do mundo vindouro, agora, são prometidas nesta terra à inteligência e à ação inventiva do homem.</div><div style="text-align: justify;">Franklin Leopoldo e Silva, por meio do texto intitulado de Conhecimento e Razão Instrumental, quer considerar as contradições presentes no desenvolvimento da Revolução Iluminista. Ele continua dizendo: conhecer emancipa porque o conhecimento traz consigo o domínio da realidade. Da submissão ao senhorio sobre a natureza é, pois a trajetória que caracteriza a passagem do arcaico ao moderno, do primado do mundo exterior à primazia de um sujeito livre que se situa perante o mundo na posição de um juiz que é ao mesmo tempo um senhor. As duas atribuições vinculam-se ao saber cujo único instrumento é a razão. Afirma-se assim um poder indefinido de exploração intelectual da realidade que tem como consequência necessária o domínio técnico da natureza.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É neste contexto que o homem hodierno se encontra: conquistas tecnológicas derivadas do progresso da ciência, que é caracterizada por essa dominação do engenho humano sobre a natureza. O Projeto Moderno é fazer com que o ser humano passe da submissão ao senhorio da realidade. Poder e conhecimento são sinônimos. O que os homens deveriam aprender da natureza agora é como empregá-la, como usá-la. Desse modo, portanto, a finalidade proposta pela chamada Revolução Científica era também a de coadunar todo esse progresso científico com a felicidade. Ou seja, por detrás desse pensamento, havia o pressuposto de que o conhecimento colocado dessa forma de domínio da natureza resultaria num estado de felicidade para todos. Na análise de Eduardo Giannetti, “o grande divisor de águas no tocante à evolução da noção de progresso civilizatório e do seu impacto sobre a felicidade humana foi o iluminismo europeu do século XVIII – ‘a era da razão’ baseada na fé sobre o poder da própria razão”.</div><div style="text-align: justify;">Entre os séculos XVII e XX, nota-se um grande crescimento tecnológico devido a este feliz casamento entre o saber e a técnica. Os benefícios trazidos por este processo civilizatório são tangíveis e passíveis de mensuração. Em termos de longevidade, constata-se um conjunto expressivo de indicadores biomédicos, sociais e econômicos. Grandes ganhos objetivos também no campo da saúde, escolarização, acesso a bens de consumo e tantos outros feitos derivados do progresso científico e do aumento da produtividade. Mas no tocante à felicidade, quais têm sido os efeitos de todo esse progresso? O anseio do ser humano, após essa virada iluminista, pôde concretizar seu sonho de felicidade e, em outros termos, tudo isso trouxe a sua realização?</div><div style="text-align: justify;">O objetivo era a melhoria da vida humana por meio da razão. Logo, o conhecimento atrelado ao domínio da natureza tem como fim a própria razão. Ou seja, esse conhecer para dominar passa a dominar o próprio homem porque o homem é também parte da natureza. Reduzir tudo à razão faz com que tudo seja tratado como coisa. Tudo passa a ser medido, mensurado por um único método e o que não se enquadra a essa exigência é considerado inexistente, por carecer de fatos empíricos que o comprovem. Eduardo Giannetti afirma que o “erro capital do projeto iluminista foi dar uma ênfase desmesurada à transformação e à conquista do mundo objetivo em detrimento de uma atenção maior à questão dos desejos e ao lado contemplativo da realização humana”. Ou seja, apenas parte da realidade foi considerada. O homem avançou por um lado, mas, subjetivamente, ficou estagnado, esquecido e agora entristecido.</div><div style="text-align: justify;">É fato historicamente comprovado que os avanços científicos, que permitiram ao homem descobrir a energia atômica, paralelamente, também permitiram a descoberta de bombas que resultariam na morte de milhares de pessoas. Portanto, a ideia de progresso mostrou a inviabilidade de se combinar o avanço científico com o aprimoramento da vida. É, sim, uma faca de dois gumes e a felicidade ainda permaneceu como os “amanhãs que cantam”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
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</div>Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-3035661183037682492010-10-20T04:53:00.000-07:002010-12-13T21:51:21.129-08:00Quando os dias demoravam a passar...<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Lembro-me de quando eu era criança. Os dias demoravam a passar. As pipas, o jogo de futebol na rua ou no quintal do prédio, o pique-esconde e o “mega-drive” na casa dos amigos... Eram dias assim e esses eram meus maiores compromissos. O pai e a mãe, mesmo com a dura realidade de ter que conciliar trabalho e família, estavam sempre ali, mesmo quando estavam dormindo ou chateados e cansados. Era bom tê-los os dois ao mesmo tempo em casa. Isso era um pouco difícil, mas acontecia e desses dias dificilmente me esquecerei. </span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Como muitas crianças, eu não cresci tendo tudo o que quisesse. Lembro-me de que desde cedo comecei a aprender a ter que separar desejo de direitos. Não tive um pai e uma mãe que sempre fizessem os meus gostos, e por isso, hoje eu os agradeço. Mas, quando criança, não sabia muito bem como entender o “não”. Hoje, já um pouco mais velho (mas nem tanto!), ainda continuo lutando para não fazer dos desejos que tenho um direito. É uma linha tênue, um caminho estreito, reconheço. Entendo assim a vida: nem tudo posso ter, fazer e viver! Nem mesmo meus próprios sentimentos consigo controlar. Ora me sinto de um jeito, ora de outro e acabo concluindo que até do meu corpo, de vez em quando, levo uns “esbarrões”! Essa é uma experiência verdadeiramente humana, onde preciso reconhecer que não posso dominar aquele que precisa ser reconhecido por mim apenas como um amigo. Diminuir a velocidade sobre mim mesmo, sobre o que acho que sou ou deveria ser, sobre o que deveria estar sentindo e não consigo sentir em determinados momentos, sobre o que deveria estar fazendo e não consigo fazer ou talvez não seja capaz de fazer mesmo, pode ser a causa de dias mais tranquilos.</span><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpNv_PV_NZNCF7RCNa1MxXmpNfTH_8TYf5Xg6vZ07StrAfhaDr7MZ_3EDzvn3EB1AJI9GbVzAnxGm5dgs5cOGh_0c_a167MeHfuiV3_UstsOkPjtlXUF4iR3anx6_iY-a_gjZhCr0dJSfF/s1600/criancas-brincando-grande3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpNv_PV_NZNCF7RCNa1MxXmpNfTH_8TYf5Xg6vZ07StrAfhaDr7MZ_3EDzvn3EB1AJI9GbVzAnxGm5dgs5cOGh_0c_a167MeHfuiV3_UstsOkPjtlXUF4iR3anx6_iY-a_gjZhCr0dJSfF/s320/criancas-brincando-grande3.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Na época das pipas, do futebol, do vídeo game (não posso esquecer do bafo: é tentar virar figurinhas com o impacto da mão!) , eu desejava ardentemente por esse dia aqui. Por quando eu estivesse com essa idade que estou hoje, já adulto, com essa independência na vida etc. E hoje, estou aqui e, apesar de tudo, vou bem, obrigado. Mas confesso: aquela época me dá saudades principalmente por uma coisa. Eu não tinha pressa. Eu não tinha preocupações. Não me preocupava se eu ia acertar na vida ou errar. O sentido de derrota era outro. Era apenas perder uma partida, perder uma pipa, perder figurinhas etc. Os dias passaram, eu cresci e essas lembranças só farão o bem que podem se eu deixá-las serem apenas lembranças. A vida tem suas exigências e quero sempre me permitir, ao menos, o desejo por dias menos acelerados, menos exigentes. Acho que deixar de desejar isso é impossível e acho que isso é um dilema. O desejo mais uma vez se contrapõe ao direito. Não considero que isso seja imaturidade ou medo de enfrentar desafios. Pelo contrário. Voltar ao tempo em que as derrotas não tinham o peso que hoje têm é poder ter o direito de viver na demora de um dia que não se mostra com pressa de findar. Isso pode não acontecer. Mas eu não quero deixar de me lembrar desses dias. Faz parte de mim, pois a vida não é somente feita de exigências, de responsabilidades a serem cumpridas. Ainda existem pipas, futebol, figurinhas, mesmo que seja somente nas lembranças. </span></div>Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190569601871118109.post-74062375958115600252010-09-29T12:49:00.000-07:002011-07-04T12:17:40.468-07:00O direito de ter medo<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.powerpointportugal.com/dw1/Limites.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="http://www.powerpointportugal.com/dw1/Limites.jpg" width="320" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Na vida, quem ousará dizer que possui toda a certeza sobre o que se faz? Quem ousará dizer que não sente medo ao decidir-se por algo, sabendo que uma renúncia será inevitável? Quem ainda ousará dizer que não sente saudades de algo ou de alguém e ainda pensa na possibilidade das coisas terem sido diferentes de como são? Eis o nosso lugar! Temos mais consciência do que devíamos ter! Esbarramos em nossos limites, que são, na verdade, sinais de alerta que indicam o caminho rumo à nossa verdade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Nos últimos séculos, nós, seres humanos, progredimos em teorias, ideias, tecnologia etc. Iniciamos uma nova visão de mundo e nos colocamos no centro das atenções com aclamações do tipo: "Eu tenho respostas pra tudo, escutem-me!". Mas, sinto muito. Podemos até ter respostas pra tudo mesmo. Mas, não raro, as nossas palavras não justificam o que mostramos com a vida. Há momentos em que o silêncio pede lugar. Há momentos em que parar, refletir e esperar seriam as melhores atitudes a serem tomadas. Desconsideramos nossa condição de criaturas, de incompletos, carentes. Então, o que vale é esquecer essa nossa verdade e nos lançarmos no frenesi das danças, das músicas, das cores. Este é o lugar da superficialidade, cativeiro de quem vive pela metade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A experiência dos limites nos rouba as possibilidades. Feliz de quem desembarca neste porto! Experimentar nossos próprios limites é como recuperar o que de fato somos. Chegar ao que se é, na verdade, é chegar ao início, à origem. É tocar em Deus. É ver que o esforço da luta, apesar das certezas parceladas e das incompreensões, tem uma razão que a própria razão desconhece. Acreditar em Deus, mesmo considerando que isso é a maior ousadia, por não dispormos de dados empíricos, não deixa de ser uma grande aventura rumo ao desconhecido. Uma aventura que todos nós, homens, merecemos viver porque as melhores coisas que existem são as coisas misteriosas. O mais bonito é saber que o mistério só é mistério quando não é revelado, descoberto. Quer se queira ou não, o fato de vivermos, de existirmos, já nos garante essa doce realidade dos mistérios. Nós precisamos dessa aventura! Por que, então, haveria perguntas? Qual a razão que nós teríamos para receber em nosso território a presença do medo que vem atrelado à ausência de respostas? </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Temos o direito de ter medo. Isso nos humaniza e nos faz tocar com mais força o chão em que pisamos. Que nada nos prive dessa graça. E, diante da ausência de respostas, que o silêncio seja o maestro, pois nem tudo nós saberemos! </span></div>Igo Emmanuelhttp://www.blogger.com/profile/14342978400939089155noreply@blogger.com1